quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Não sei porque choro


Depois de um dia cheio de marcas e passagens, lá volto eu a uma rotina que ultimamente parece até estar-se a tornar num hábito malicioso, encontro-me sozinha olho á minha volta, debruço-me diante folhas e letras, ouço um pouco de música e lá estou eu a deixar cair lágrima atrás de lágrima, porque embora preenchida pelos que me rodeiam sinto-me como se nada tivesse, pura e simplesmente Vazia.
Depois de rir e fazer sorrir, depois de lutar e fazer acreditar, depois de ser reconhecida e reconhecer os outros, parece que tudo é em vão, parece que não tenho motivos nem necessidade de assim ser, mas se assim não for dá-me uma imensidão de revolta constante a rodear-me a todos os momentos que passam, a todos os momentos que vivo.
Sinto-me inútil, vazia, desinteressante, fraca, sinceramente uma falhada.
Sinto-me um Lixo.
Choro e volto a chorar, mesmo que não o deixe perceber, eu sinto, sinto que estou a chorar constantemente a todas as horas do dia ainda que não o demonstre exteriormente, eu sei que choro, por dentro sinto sufoco, dor, raiva, tristeza, sinto-me melancólica todos os dias, simplesmente porque deixei de saber o que soube um dia, simplesmente porque assim foi.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Escrever // Chorar



Quando os sentimentos batem forte, o controlo é mínimo, a vontade de descarregar tristezas aumenta e o coração quase parte, a vida é uma junção de pedaços rasgados, unidos por alguém, no meu mundo o espaço para ser feliz já acabou, o espaço para ser forte já acabou.
Críticas, críticas e mais críticas, é só isso que ouço, porquê? Esforço-me para tentar entender a razão de tanto ódio por parte de alguns, de tantas criticas, chego até a imaginar que não têm vida própria visto que passam maior parte do tempo a insultar, a mal tratar, porquê?
Quando tudo acontece soltam-se bastas reacções ao mundo, perdem-se páginas, folhas, livros de pensamentos, mantêm-se o sofrimento.

sábado, 15 de agosto de 2009

Noção


Construí um caminho por onde não podia passar, construí uma casa onde não podia estar, construí uma vida que não conseguia viver.
Com o tempo fui notando em todos os erros cometidos antes á minha volta, e notando todas as falhas feitas por mim, apercebi-me de como era difícil controlar a realidade, pois eu sei qual a distância, quais os passos, qual a tentativa mais acertada para encontrar o lado puro da esperança, mas insisto em percorrer caminhos cruzados, que me impedem de continuar, insisto em lançar-me para um monte de ilusões sobre esperança de mudar, insisto nos erros que me controlam a sabedoria, insisto na minha fraqueza que vai crescendo cada vez mais, deixando-me completamente sem forças para levantar o olhar e percorrer o corpo da vida que me foi tirada no dia em que me tornei gente.
Finalmente ganhei noção da parvoíce em que me tornei, da imperfeição e desgostos que já dei, nos limites da pasmaceira pela qual tendo em passar, finalmente descobri onde me encontrava escondida ao longo de todo este tempo, tempo este que deu comigo em doida, sim doida, por querer e não ter, por compreender e não aceitar, por desistir e querer lutar, tomei conta que lixo não sou, e encontro-me demasiado longe da perfeição que espero um dia alcançar, mas que o perfeito para mim é o inatingível, e impossível, o criativo para ti é capacidade de ser eu, e o ignorante novamente para mim é aquilo em que me vou tornando cada vez que opto por dobrar as pernas quando sei perfeitamente que as consigo esticar, é passar horas e horas a tentar lembrar-me de algo quando sei que já foi em outrora substituído, é eu limitar-me a um mundo, quando sei perfeitamente que posso ter dois sobre minha posse, é não ser ninguém com vontade de ser eu.
Eu tomei conhecimento de que o existente não é para sempre, de que o importante a qualquer instante se pode tornar inútil, e confiança mantenho uma enorme confiança em mim, porque mesmo não mostrando eu tenho a capacidade de ser fiel a mim própria e aos meus princípios, tenho a capacidade de lutar, nem que seja para me magoar, mas pelo menos nunca chega o dia em que eu diga: Desisti, porque sou fraca.
Agora digo apenas: Luto não por ser forte, ou ter coragem mas sim por ter princípios que quero seguir.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Nódoas de Incertesas

Ontem foi um traço, hoje é um risco, amanhã é uma linha. No passado fui gente, hoje sou presente, amanhã faço futuro. Vivo por viver, até um dia ter que morrer, sou barulho no silêncio, sou lágrimas na felicidade.
Perdi toda a certeza num jogo de mesa, não sei dizer palavras estas a rimar e no meu fundo mais sentido, vejo apenas um coração a chorar.
- Porque choras tu? Perguntei-lhe em som solene, e dá-se uma explosão simbólica e abstracta, dele nada sei, de mim tudo esqueci, será assim que sempre viverei.
Faço movimentos delicados na província, gestos brutos na cidade, e por fim vejo diante de mim comentários asquerosos e repugnantes, fecho os olhos e caminho em sentido contrário, misturo passagens e histórias, ouço boatos e memórias, quebro o som no silêncio, e dou por mim desmascarada no esquecimento.
Abjugam-me perante centenas de eleitos, todos eles sobre milhentas de defeitos, sou sacrificada pela alma e humanidade, sou renegada pela vida e sociedade, delimito-me á construção de habitat, acirrada de raiva e abstenção lá dou uma ligeira liberdade ao meu coração.
Mas tudo isto é o quê? É uma profusão de capacidades desconhecidas, capacidades delimitadas às críticas da humanidade, é sentido desvantajoso mas por sinal também profícuo, que caminho posso eu retomar se já nem sequer aguento esperar?
Não pretendo respostas de perguntas insignificantes, pretendo conhecer o significado destas coisas exuberantes, mas … quem me responde ao questionário da vida desconhecida?
Se as respostas fogem de mim, não hei-de ser eu a procura-las por fim, pois é tão cansativo todo este sistema que me farto de construções e dilemas.
Vejo a minha vida como uma prostaférese, há uma diferença entre o movimento real e o movimento médio de um planeta, eu sou o planeta, a vida é o movimento que eu faço, real ou irreal é constante.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Desabafos

Sinto que nada faz sentido, nada mesmo, tudo o que penso derrete e cai feito em lágrimas, porque erro como toda a gente, mas também porque não consigo parar. Não consigo parar de amar alguém de quem nada posso esperar, alguém que tem um tudo um centro já marcado na sua vida, e agora que eu apareci não vai ser diferente. Porque não posso pedir algo que não me pertence, algo que já é de alguém! Exijo de mais, quero que dê, quero lutar e conseguir, p’ra quê? Apenas vou estar a criar ilusões! Eu própria tenho a força para acabar com tudo, e porque não consigo ?
Sou assim tão fraca é? ( ) Secalhar sou mesmo, fraca ao ponto de não conseguir destruír aquilo que me corrói por dentro, fraca ao ponto de acreditar que posso lutar e conseguir, fraca ao ponto de pensar que as impossibilidades se concretizam.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Liberdade presa

No outro dia houve um alguém que me disse que eu podia ser livre, livre sim, livre de poder sonhar, imaginar, sorrir, chorar, sentir, voar. Eu podia soltar-me das feridas causadas por uma tempestade passageira, mas no entanto quando eu o tentava fazer havia um alguém que me prendia as pernas, e mesmo eu tentando fugir, não conseguia, ia-me arrastando ao longo daquele segurar da liberdade, se eu podia ser livre porque não me o deixavam ser?
Se eu podia ser gente, porque me roubavam a mente?
Podes prender-me por fora mas solta-me por dentro, podes roubar-me as jóias, o dinheiro, o carro, mas não me roubes a vida, deixa-me acreditar que vale apena viver, deixa-me acreditar que vale apena querer.